domingo, 12 de setembro de 2010

25 anos de Mario!


O tempo passa pra tudo. Passa para nós, passa para os consoles e também, claro, para os personagens que formaram a história dos games. No último dia 9, um dos principais consoles da atualidade, o Playstation, completou 15 anos de existência.
Mas, além dele, outro marco na histórias dos games, o encanador italiano baixinho e barbudo Mario completou 25 anos de existência. Por isso, o EGJ preparou um especial dedicado a este símbolo da Nintendo e do mundo dos games.


 


Ainda me lembro, no auge dos meus cinco anos, quando corria pra o meu Dynavision (console genérico do Nes ou Famicom) para jogar Super Mario Bros 3. Os vários mundos, a possibilidade de escolher fases, uma jogabilidade excelente e gráficos fantásticos faziam dessa experiência algo ainda mais surpreendente. Mas, aspectos técnicos para mim, na época, pouco importavam. O que eu realmente queria era jogar MARIO. Dos vários jogos que tinha era este o que tomava a maior parte do meu tempo.

De um simples jogo plataforma, de um roteiro ingênuo até mesmo para a época – fim dos anos 80 – nasceu um dos maiores nomes e jogos do mundo dos games, Mario. Hoje um ícone que é conhecido até mesmo por quem não joga vídeogame, por pessoas mais velhas e por crianças que nem mesmo acompanharam a trajetória do encanador bigodudo. Quem diria que um personagem de videogame estaria arraigado, sem até mesmo que a gente perceba, na vida e cultura de tantas pessoas. Para se ter uma ideia o mascote da Nintendo tornou-se até mesmo estátua no museu de cera de Hollywood, dividindo espaço com celebridades mundiais.

Amanhã o baixinho que quando come cogumelo não é tão baixo assim comemora 25 anos. A criação de Shigeru Miyamoto – guarde esse nome, parte dos maiores clássicos que você jogou na sua infância partiu dele (Star Fox, Zela, F-zero) – teve sua primeira aparição um pouco antes de 1985 (data do primeiro jogo), 1983 para se mais exato, e, depois disso não deu descanso para as mãos de inúmeros gamers. Contabilizar o número exato de jogos chega a ser muito difícil, já que Mario se ramificou em inúmeras outras licenças. Dessa forma, para comemorar a maturidade desse personagem, nada melhor que relembrar um pouco desses anos de sucesso.


Dos canos às constelações, das constelações à...

Em 25 anos, muitas coisas mudam, mas a Nintendo levou essa ideia a sério demais. A palavra mudança no game tornou-se até mesmo pleonasmo. Basta observar, em cada edição, que a única coisa que se mantém sem alterações bruscas são: Mario, Luigi, Princesa Peach e Koopa (Bowser é seu nome certo, mas no Brasil é muito conhecido como Koopa) – e olhe lá, porque na segunda versão do jogo nem isso. Nessa contagem não entram as versões alternativas dos games como Mario Kart, entre vários outros. Falamos das versões plataforma da série dirigidas aos consoles genéricos da Nintendo. Nelas o encanador já foi um pouco de tudo que você imaginar.

Mario apareceu pela primeira vez em um jogo de arcade que fez bastante sucesso nos EUA e Japão, Donkey Kong. Nesse momento seu nome nem mesmo era Mario, chamava-se Jumpman. Sua função de herói era salvar a namorada do terrível vilão que mais tarde seria protagonista de um do melhores jogos de Super Nes – Donkey Kong Country.

Após sua estréia no mundo virtual Mario foi contratado para o primeiro trabalho como protagonista em Mario Bros, também um jogo para arcade. Era um jogo simples no qual Mario deveria destruir todos os inimigos da tela para passar de fase. Seu irmão Luigi foi introduzido na história. Para quem não se lembra do jogo, mas jogou Super Mario Bros 3 no Super Nes, ou na compilação Mario All Stars, vai se lembrar daquela parte do em que você duela com um amigo em uma arena cheia de canos com inimigos a volta. Era assim Mario Bros.

Em seu primeiro jogo de aventura, a criação de Shigeru Miyamoto revolucionou o mundo dos game. O jogo apresentava uma inovação o “side scrolling” game. Agora os jogos não se passavam em quadros fixos na tela, esta caminhava com o personagem. Na aventura Bowser sequestra a princesa Peach e Mario deve ir ao Reino dos Cogumelos resgatá-la.

O segundo jogo da série nada tem de Mario. O cogumelo não te faz crescer, não é possível matar um inimigo ao pular na cabeça dele e para piorar nem mesmo Bowser é o vilão. Isso aconteceu porque a Nintendo dos EUA (Nintendo of America), como adora fazer com vários jogos, insinuou que o Mario Bros 2, lançado no Japão, era muito difícil para o público americano, logo não iria fazer sucesso. Dessa forma, criaram uma tremenda gambiarra. Pegaram o jogo plataforma japonês Doki Doki Panic, mudaram os sprites dos personagens e colocaram os do Mario – Mario, Luigi, Peach e Toad. Para sustentar a tremenda diferença de jogabilidade, a Nintendo defendeu que o jogo representava o sonho do Mario. Blá, blá, blá. Porém, devemos admitir que o jogo era bem legal e também inovador para a época, e que com os personagens de Mario era mais bacana de jogar.


O terceiro game revolucionou ainda mais o mundo dos games. Agora era possível andar por mapas temáticos, os vários mundos do Reino dos Cogumelos, e selecionar a fase em que deseja imergir. Além disso, Mario agora podia trocar de roupa, cada uma com habilidades específicas. Quem não se lembra da roupa de raposinha voadora (era assim que eu chamava)? Na verdade o animal é um Racoon, espécie de guaxinim das lendas japonesas.

Super Mario World apresentava ao mundo Yoshi, um dinossauro que iria acompanhar Mario em diversas fases. O esquema de mapa e escolha de fases lembram o da terceira aventura, entretanto, agora você não viajava por mundos, tudo se passa em um enorme único mapa. Havia também vários tipos de Yoshis, cada um com poderes exclusivos. Super Mario World era lotado de fases secretas, as luzinhas vermelhas indicavam o segredo, e das chatas casas dos fantasmas. Mas o que marcou de verdade era entrar no mundo das estrelas e conseguir passar das fases especiais, todas muito difíceis. Era um susto ver as tartarugas com rosto de Mario.

Mario 64 foi talvez a maior revolução dos games plataformas já ocorrida. A inovação do controle analógico, fundamental para jogabilidades em ambientação em 3D, sua nova dinâmica e liberdade de exploração em um jogo de plataforma – pondo fim na linearidade que faz parte de inúmeros jogos são pontos chaves da revolução. A possibilidade de o jogador escolher que missão quer fazer, o que quer explorar e o dinamismo da câmera marcam também a novidade. Sem contar nos gráficos, primeira vez que víamos um console com capacidade de gerar 64 bits. Sua ambientação e jogabilidade são copiados por inúmeros jogos de plataforma 3D. Mas como nem tudo são flores, Mario 64 marca o fim dos cogumelos como life e não é possível jogar com Yoshi. Começa aqui o ciclo de novidades e a despedida do Reino dos Cogumelos das aventuras de Mário.

Depois de recuperar o castelo da Peach em Mario 64, nosso herói resolve tirar férias em uma ilha paradisíaca no novo jogo Super Mario Sunshine. Nesse game Mario deve, com o auxilio de uma mangueira, limpar a sujeira da ilha. Achou simples? Mas não é. Ainda seguindo o esquema de Super Mario 64 em que é possível entrar em mundos e realizar diversas tarefas Mario deve agora recuperar os shines (estrelas das outras edições). Para isso terá que encontrar as fases na ilha, lotada de segredos, enfrentar um novo vilão, o Shadow Mario, sem deixar pra trás Bowser. A diferença dessa versão é que agora Mario deve usar o jato d’água na maioria de suas funções, e sempre gastar tempo para enchê-lo. Super Mario Sunshine, teve alguns problemas de aceitação. Apesar de ser um jogo com jogabilidade, gráficos, músicas e diversão excelentes, cada vez mais esse Mario se distanciava do encanador da época dos 8bits e perdia um pouco de sua identidade. Afinal, Mario com uma mangueira de água não é uma ideia tão legal assim. Apesar de tudo o jogo ainda é ótimo e recomendável para quem nunca jogou. Pelo menos dessa vez é possível jogar com o Yoshi.

Já com uma ilha só para ele, um castelo e o reino dos Mushurons, o que ainda faltava Mario obter? Ah sim, planetas. E é essa a aventura que sela os dois últimos e mais revolucionários - e porque não fantásticos - jogos da saga de Mario. É até mesmo difícil comentar a respeito de Super Mario Galaxi, porque o jogo é realmente diferente de tudo que você puder imaginar, e, certamente, palavras nunca poderão expressar a sensação de jogar e viajar pelas galáxias. Mas imagine da seguinte forma, não existe uma câmera fixa, tudo na tela gira conforme você se movimenta pelos planetas. De repente o que estava para cima, está de cabeça para baixo e vice-versa. Além disso, é fantástico viajar pelas galáxias, principalmente utilizando os controles do Wii, que aliados ao jogo deixam a jogabilidade ainda melhor (olha que com o controle do Wii isso é difícil). Sem contar as novas roupas do Mario. Simplesmente, um dos, senão o melhor jogo de plataforma já criado.

O que esperar dos próximos jogos do encanador? Certamente impossível de dizer. Quem imaginaria que Mario sairia dos canos e iria acabar viajando por galáxias. Agora é aguardar para ver e jogar qual será a próxima loucura que sairá da cabeça de Shigeru Miyamoto.

Aqui você encontra a lista dos inúmeros jogos que recebem o nome do encanador. Não só piloto carros, o encanador já se tornou peça de tabuleiros, se transformou em papel e várias outras loucuras.



O homem por trás da boina vermelha

Shigeru Miyamoto é o criador desse sucesso. O japonês não inventou somente Mario, mas vários outros sucessos que marcaram a época dos 8 e 16bits e também da vida de muita gente. São eles: Zelda, Star Fox, F-Zero e Pikmim.

Miyamoto nasceu na cidade de Kyoto, Japão, mas cresceu em Sonobe, um município rural. Como não tinha TV, passava grande parte do seu tempo explorando os arredores da cidade. Chegou até mesmo descobrir uma série de cavernas em uma de suas expedições. Sem saber exatamente a profissão que queria seguir Miyamoto pensou nas possibilidades de ser pintor, trabalhar com fantoches e, por fim, criador de brinquedos. Tais escolhas baseavam-se na vontade que ele tinha de criar coisas que iriam impressionar o mundo.

Em 1977 Shigeru Miyamoto tornou-se o primeiro artista de brinquedos contratado pela Nintendo, ainda uma empresa de brinquedos, não de videogames. Em 1980, a Nintedo decidiu investir no mercado de arcades. Miyamoto então foi chamado para o cargo, uma vez que era o único funcionário disponível. Questionado se entendia se a respeito do conceito dos games de arcade, ele respondeu que adorava jogar na faculdade. Assim foi feito a parceria e o primeiro jogo criado por Shigeru Miyamoto foi Donkey Kong. Um tremendo sucesso que mais tarde daria ao mundo a inspiração para se criar um dos maiores ícones dos games: Mario.

“E se, numa rua lotada, você levantasse a cabeça e visse alguma que não deveria, pelo que conhecemos de mundo, estar lá. Você pode balançar a cabeça e esquecer o que viu, ou aceitar que existe muito mais coisas no mundo do que a gente imagina. Talvez isso seja realmente a porta para outro mundo. Se você escolher entrar pode encontrar várias coisas inesperadas.” Shigeru Miyamoto.


Um adversário maior que Bowser

Se pensarmos em um real vilão para Mario certamente essa resposta não viria com o nome de Bowser, e nem mesmo se apresentaria na figura de um vilão, muito pelo contrário. Porém, aquele que deve ter tirado o sono do encanador é um dócil porco espinho azul, extremamente veloz. Seu nome é Sonic, o mascote da Sega.

A briga entre as empresas Nintendo e Sega era enorme, e o público se dividia bastante. Confesso que os amantes de Sonic são realmente passionais, eu sou um deles. Na infância Mario era com certeza um dos meus jogos preferidos, mas trocaria sem pensar duas vezes o meu Mario pela possibilidade de imergir na Green Hill Zone, coletar argolas, fazer vários loopings e ouvir aquela música que nunca saía da minha cabeça. Não que eu achasse Mario pior que Sonic, isso realmente não é, mas o ouriço azul tem sua carga de simpatia. Às vezes até maior que a do o encanador barbudo.

Como falei, era realmente interessante esse duelo entre empresas e público. De um lado Nintendo e Sega sempre buscando alternativas para provar sua supremacia, seja em gráficos melhores, som, velocidade ou inovações nas edições. Do outro as pessoas que defendiam seu console como se defende um time de futebol. Várias vezes presenciei discussões cujo objetivo era provar que um console e seu mascote era melhor que o outro. Mas uma coisa era certa. Quem gostava de Sonic não jogava muito Mario e vice-versa.

Essa divisão no mundo dos games na década de 90 também foi fator fundamental para que os mascotes se tornassem símbolos do mundo dos games e também de jogos de qualidade.

Adversários declarados... Era impossível jogar Mario no Mega Drive ou em qualquer console da Sega, assim como Sonic nunca apareceria próximo a logo da Nintendo. Porém, uma versão hackeada do porco espinho circulou pelo Super Nintendo, claro que não chegava perto da qualidade dos reais jogos de Sonic.

Essa versão hackeada começou provar uma coisa: que a Nintendo com suas inovações e um console de qualidade superior iam dominando o mercado, diminuindo a eminência de perigo de controle do mercado pelo mascote da Sega. Foi no ambiente 3D que literalmente Mario se tornou uma das maiores figuras do mundo dos games de todos os tempos, desbancando, literalmente Sonic. A Sega em 15 anos de jogos 3Ds ainda não conseguiu criar um game do seu mascote de qualidade.


Assim, quem um dia pensou que nunca veria o ouriço azul em jogos da Nintendo (nos anos 90 pensava assim) se enganou. O mascote da Sega agora é licença exclusiva de alguns games especiais, assim como Mario e Sonic estão juntos em vários jogos.


Isso é Mario!

Quem não se lembra do barulho do Yoshi quando era montado por Mario, ou quando corria ao ser atingido por um inimigo. Da música de abertura, e também de quando se conseguia pegar e estrela de invencibilidade. De torcer para pegar a pena e passar voando pelas fazes, sem que qualquer inimigo te veja. Do sentimento de missão cumprida ao passar pela última fase do Star World e ver as tartarugas com cara de Mario, e até mesmo da primeira vez que rodou o Koopa (Bowser) com o controle analógico. Se não parar por aqui ainda escrevo páginas e páginas.

Isso é o efeito Mario. Algo que coloca o videogame em um patamar acima do entretenimento, que confere ao aparelho, personificado na figura de um personagem, a possibilidade marcar nossas vidas. Que nos leva a uma nostalgia ao mesmo tempo feliz e melancólica. Assim quando nos lembramos do tempo que éramos mais novos e saíamos com nossos avôs, ou dos amigos que fizemos brincando na rua ou da escola, daquele tempo que ainda esperávamos um presente na árvore de natal.

Isso é Mario! Quem diria que um encanador, baixinho e bigodudo que, literalmente, entra em canos para salvar uma princesa de um terrível vilão, seria um ícone tão facilmente lembrado no mundo todo.

Selo comemorativo criado pela Nintendo para comemorar os 25 anos de Mario

6 comentários:

  1. Até eu joguei super Mário!
    Muito bom!

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  2. Adorei o post! Muito bom!
    Quem nunca jogou?

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  3. O post está excelente. Apesar de preferir Sonic, admito que Mario é melhor !!!

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  4. podia colocar mais umas imagens nesse post. ia ficar muito mais massa do que já tá!

    Valeu

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  5. Lucas, muito bom o post. Eu que gosto de jogar videogame desde criança me identifiquei muito! Apesar de ter tido um Mega Drive e ter jogado muito Sonic, ainda prefiro jogar Super Mário. Estranho, não? x)

    Uma coisa que senti falta, como o anônimo aí de cima falou, foi de mais imagens. Pelo que vi, vocês já estão ajeitando isso, colocando os vídeos no corpo do texto e tal. Acho que assim a leitura fica menos massante! :)

    Só mais uma coisa: como você não colocou o vídeo que a Nitendo fez sobre os 25 anos do Mário (que aliás, é BIGODUDO, e não BARBUDO!)!? Oh o link: http://www.youtube.com/watch?v=1svLh_Aho5c

    Abração! Vou passar por aqui sempre que puder!

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