terça-feira, 17 de maio de 2011

Problemas no trânsito afligem cidades universitárias de Minas Gerais

A grande concentração de veículos nos horários de pico, de 7h às 8h e de 18h às 19h, no centro de Viçosa traz inúmeros problemas e confusão para a área. Atualmente a cidade vive a espera da sinalização por semáforos, uma ferramenta que pretende melhorar o caos no trânsito. Segundo a Secretaria de Trânsito, os estudos para a implantação dos sinalizadores estão em andamento e devem ser concluídos em 20 dias.


A movimentação é impulsionada pelo comércio na área e, principalmente, pelo tráfego de pessoas e veículos que se dirigem ao campus da Universidade Federal de Viçosa.

Segundo dados do Censo realizado pelo IBGE em 2010, Viçosa possui, atualmente, 72.220 habitantes. Além disso, existem cerca de 12 mil estudantes, mais funcionários e professores da UFV. Somados os habitantes da cidade com a população flutuante, o número gira em torno de 90 mil moradores.

A grandeza da universidade, que, apenas nela, concentra um montante de pessoas correspondente a cerca de 40% da população geral da cidade e a falta de uma estrutura capaz de absorver a grande concentração de veículos na região fazem com que o trânsito fique paralisado, e os engarrafamentos chegam, inclusive, ao campus da UFV.

A Secretaria de Trânsito estima que cerca de 4 mil veículos que circulam pela cidade não sejam emplacados em Viçosa, mas ressalta a importância da população flutuante para o comércio e serviços da cidade. “Se por um lado há um número excessivo de veículos, por outro, eles vêm atrás de serviços, comércio. Há um ganho por trás disso”, afirma o secretário Luiz Carlos D’Antonino.

Apesar do investimento da Secretaria de Trânsito em semáforos, a falta de estudos oficiais sobre o fluxo de veículos preocupa. As conseqüências do descaso podem ser vistas nas ruas.

Esse fenômeno, porém, não é típico somente de Viçosa. Outras cidades universitárias de Minas Gerais, com população próxima a de Viçosa, também sofrem com o impacto provocado pelas universidades em cidades pequenas e sem a estrutura necessária.



Em Ouro Preto, por exemplo, nem mesmo medidas como a instalação de semáforos na região próxima a Universidade Federal de Ouro Preto resolveram o problema. Segundo a estudante de Nutrição, Ariana Wengelstel, a grande movimentação no local traz muita confusão e risco de acidentes.

"Ruas em que não cabe sequer um carro direito são usadas em mão dupla, vários motoristas param seus carros nas já estreitas calçadas, em lugares com sinalização de proibição, e não há sequer um guarda ou instrutor de trânsito para tentar resolver esse problema. Ir e voltar da Universidade é horrível", afirma.

Viçosa, Alfenas, Ouro Preto, Lavras e São João del Rey possuem, em média, população de 70 mil habitantes, com exceção a Lavras, que possui 92 mil moradores, mas também sofre impacto pela universidade na cidade.

Em comparação com as demais cidades, Viçosa possui o segundo menor número de veículos registrados, com um total de 25.077, a frente apenas de Ouro Preto, com 19.034. Acompanhe a comparação no gráfico abaixo. 





Se levado em conta o número de carros divididos pelo total de habitantes,  a cidade possui a terceira maior relação, num total de um veículo a cada 2.879 habitantes. Lavras, que possui a maior população e o maior número registro de veículos, também lidera, com um total de um veículo a cada 2.761 habitantes





Vias estreitas, construções irregulares, grande fluxo e falta de políticas públicas voltadas à solução desses problemas obrigam os cidadãos a buscarem alternativas, como o uso de veículos menores, como a motocicleta, por exemplo.

Segundo o estudante de Sistemas de Informação, Cristiano Alves da Rocha, o uso de motocicleta, em Viçosa, é indispensável para quem precisa transitar com agilidade ao longo do dia.

"Possuo carro e moto, mas, praticamente, só uso o carro nos finais de semana, quando as ruas estão mais vazias. Trabalho na UFV e, por isso, sofro muito com o número de veículos e gente nas ruas e a confusão que se forma a partir disso".

Comparativamente, o município é o que possui o maior número de motocicletas registrados, em números absolutos e na relação pela quantidade de habitantes. Confira abaixo.


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